
Hoje eu vou contar um pouco das dificuldades de montar essa seleção e da nossa viagem e as primeiras impressões.
O Início

No dia 22/09 Paulo Tanaka, coordenador internacional do softbol feminino, me liga e fala “Cara, precisamos conversar, temos um convite para um torneio internacional. Precisamos montar uma seleção”, marcamos uma reunião para o dia 24/09 no Cooper Cotia, estava rolando o brasileiro do sub-17. Nos encontramos às 09:30 da manhã e ele fala “Argentina nos convidou para um torneio que vai acontecer entre os dias 09 e 20 de novembro”, minha resposta e dos outros integrantes da comissão “IMPOSSÍVEL”.
Após uma longa conversa, explicamos os problemas, as dificuldades e o porquê seria impossível mandar uma seleção por tanto tempo para fora do país. Tanaka pensou por um instante, se levantou, pegou o celular e dentro de alguns minutos voltou “ E se for apenas entre os dias 15 e 20, conseguimos?”, se me perguntarem não saberei responder o porquê concordei com isso, mas a resposta foi “Pode deixa com a gente”.
Voltei para casa e o que eu tinha em mente era “Ok, quem chamar? Quem será o técnico? Comissão técnica?” O primeiro passo após isso foi formar um grupo com as pessoas que estão envolvidas diretamente com o soft masculino e conversar (mas conversar muito mesmo) sobre essas duvidas e chegar a um consenso final.
Magicamente no dia 10/10 a seleção estava montada, comissão formada e lista de jogadores finalmente divulgada. Mas com isso novos problemas surgiram: Uniformes, bonés, materiais, bolas, passagens, blusões e tantos outros que tivemos de resolver em tempo recorde.
Além desses problemas, tivemos que resolver um problema crônico: Treinamentos. Montamos uma seleção com jogadores de Brasília, São Paulo, Curitiba, Londrina, Presidente Prudente e Adamantina. Como juntar essas pessoas? Optamos por treinos regionais e nos juntar para treinar com a maioria do time no torneio que aconteceria em Curitiba, UM final de semana antes da viagem.
Nesse meio tempo, tivemos apenas quatro possibilidades de treinamentos. E lá vamos nós para Curitiba, nos conhecer como time e como seleção. E não poderia ter sido melhor. Desde o primeiro momento os jogadores se deram bem, se integraram e fortaleceram como grupo. Jogamos apenas quatro jogos juntos (faltando ainda 04 peças fundamentais para o jogos grupo, nosso catcher, lefto, interbases e um auxiliar técnico), conseguimos ser campeões do torneio e dar uma elevada em nossos ânimos.
A Viagem/Primeiras impressões
Dia 15/11 às 04:30 da manhã todos reunidos no Aeroporto Internacional de Guarulhos, os que faltaram em Curitiba estavam presentes e pela PRIMEIRA vez estávamos com o grupo completo. Passagens distribuídas, check-in feito, malas despachadas e lá vamos realizar um sonho: dar um passo gigante para o softbol masculino brasileiro.
Como não poderia deixar de ser, o bom humor e a alegria foram marca registrada da nossa seleção e por onde passávamos atraíamos olhares curiosos e palavras de apoio. Tem quem diga que os argentinos não gostam dos brasileiros, mas isso é mentira. Do momento que pisamos na Argentina, ao momento que saímos do país fomos bem tratados, respeitados e acolhidos pelos nossos hermanos.
Chegando em Rosário, pegamos um ônibus até Parana, a capital do softbol argentino. Nossa primeira parada foi no restaurante Nicássia onde tivemos que comer uma Parrilla, (fica a dica). Nos levaram para o hotel em duas vans e saímos quase na sequencia para assistir aos jogos amistosos da seleção da Nova Zelândia e da República Tcheca.
E para ser sincero, assustamos com o que vimos. Softbol de altíssimo nível, arremessadores com uma velocidade que só conseguimos acreditar porque estávamos lá vendo, arremessos que variavam entre 105km/h e 125km/h, algo surreal para nós. Mas isso só nos motivou ainda mais.
No dia 16/11 programamos o dia para começar cedo e aproveitar ao máximo. Marcamos treino para às 10 da manhã até a hora do almoço, descansaríamos um pouco e às 14hrs jogaríamos contra a seleção juvenil da Argentina, bicampeões mundial na categoria. Porém, quando acordamos uma forte chuva castigava a região.
Cancelamos o treino, pois não havia condições, e fomos para o campo para almoçar e acompanhar o congresso técnico que iria acontecer às 14hrs. Pela chuva acreditávamos que não haveria jogo, mas quando a chuva deu uma trégua o campo ficou seco, sem poças, dando condições de jogo. E fomos nós, conhecemos os três arremessadores argentinos que iriam nos ajudar e para quem não acreditava, batemos os campeões mundiais em 8 entradas, começando com o pé direito a nossa jornada.
Jantamos e vimos a Nova Zelândia jogar contra um time da região e voltamos a campo para enfrentar a Argentina juvenil. O tempo tinha que ser aproveitado da melhor maneira possível. Fizemos um jogo curto, de apenas 3 entradas para colocar os nosso arremessadores para jogar e rapidamente voltamos para o hotel, pois no outro dia começaria a nossa jornada.
[Continua…]